Apropriação (e distorção) dos conhecimentos ancestrais e o encontro com a arte
por Denise Agassi [1]
Em uma tarde de outono, o Imperador Vermelho se sentou em seu trono e começou a contemplar-se e rir muito. Alguém da corte lhe perguntou: Majestade, porque está rindo? E disse: É engraçado ver como a energia se move pelo corpo. Como ela se estanca, bloqueia, em que lugar se armazena, se dispersa.
José Luis Padilla Corral (1998)
Os fundamentos da medicina oriental provêm do xamanismo, que, por sua vez, está relacionado com os ciclos da natureza, a alquimia e a inter-relação com o universo. Os conhecimentos do xamanismo também estão relacionados com os aspectos do cotidiano no que diz respeito à agricultura, à caça e à medicina. A origem xamânica, ainda, diz respeito à “percepção interior surgida nos estados de consciência alterados (denominação empregada pela psicologia experimental) […] que permitem, a partir de uma vivência de uma realidade diferente, ver o percurso dos canais, da energia e sentir suas cores” (CORRAL, 1998, p. 21). Assim, Shen Nong, conhecido como Imperador Vermelho e conhecedor das plantas, pôde identificar com precisão os canais energéticos[2] e os ressonadores[3].
A partir do século XIX, o colonialismo ocidental na China influenciou o encontro entre a medicina tradicional oriental e a medicina ocidental. Em 1912, com o governo nacionalista na China, a medicina oriental sofreu grande pressão e sucessivas tentativas de desmonte. Em 1929, na primeira convenção chinesa de saúde pública, representada em sua maioria por praticantes da medicina ocidental, decidiu-se unanimemente abolir a medicina chinesa. Essa ação não foi levada adiante nesse momento, em função da resistência organizada por uma influente coalizão de médicos tradicionais chineses e alguns governadores regionais, que argumentaram ser impossível para a maior parte da população receber assistência dos escassos recursos médicos ocidentais fora dos grandes centros urbanos. Porém, isso ocorreu novamente com maior ênfase em 1949-1950 no governo de Mao Tsé-Tung (CONTATORE; TESSER; BARROS, 2018, n.p).
Em 1958, foi oficializado o nome medicina tradicional chinesa e a hibridização entre as medicinas oriental e ocidental, que visava modernizar as instituições e inserir o ensino de conhecimentos da ciência ocidental, bem como a realização de pesquisas científicas sobre acupuntura. Em 1966, Mao Tsé-Tung deu início à Grande Revolução Cultural na China, que, por dez anos, buscou erradicar todo vestígio de influência da medicina tradicional. Todos os antigos mestres da medicina chinesa foram expostos publicamente a críticas e humilhações. Muitos médicos tradicionais, para evitar as perseguições, queimaram seus livros, e outros morreram em consequência dos abusos sofridos, o que levou à perda de grande parte do legado físico da medicina chinesa (CONTATORE; TESSER; BARROS, 2018, n.p).
As modificações sofridas na medicina tradicional chinesa descaracterizaram sua forma original de compreensão do processo saúde-doença-cuidado, aproximando-a da lógica da medicina ocidental. Os norte-americanos chegaram a afirmar que ela era baseada em misticismo e não em evidências científicas e taxaram os métodos de diagnóstico como charlatanismo. Esse regime de saber refletiu na autodesqualificação e subordinação dos povos colonizados, favorecendo o abandono de elementos tradicionais e a absorção de novos valores e maneiras de compreender o mundo. Estudos pós-coloniais de autores como Homi K. Bhabha têm demonstrado as estratégias de convencimento do colonizador na divulgação dos méritos de seu conhecimento e de seu modo de produção de saber.
O envolvimento com as potências estrangeiras levou à subordinação econômica da China, que ficou mais sujeita aos termos estabelecidos pelos ocidentais. A medicina chinesa era autossuficiente, popular, nativa e patriótica. O contato com a medicina ocidental gerou dependência de bens e conhecimentos na área de equipamentos médicos e farmacêuticos (CONTATORE; TESSER; BARROS, 2018, n.p).
Outra forma violenta e colonizadora diz respeito aos processos de regulamentação do profissional que atua com medicina oriental. Existem diversas tentativas legais para exigir a formação em instituições de ensino superior relacionados à saúde ocidental, sob a justificativa de zelar pela segurança pública, quando, na verdade, isso tem a intenção de submeter os conhecimentos da tradição clássica oriental aos padrões de legitimação ocidental. Essa manobra também tenta invalidar a disseminação de cursos livres e a transmissão do conhecimento oriental, assim como limitar a atuação do profissional dentro do sistema da saúde.
Além disso, a acupuntura científica, com seus aparelhos sofisticados de uma indústria médica, pouco ou nada tem a ver com a medicina tradicional clássica, a não ser a inserção de agulhas no corpo, mas, infelizmente, conta com grande aceitação institucional, pois é desenvolvida e validada dentro da racionalidade da medicina ocidental, desfrutando da legitimidade da ciência e da ignorância das pessoas sobre esse tipo de tratamento (PALMEIRA apud CONTATORE; TESSER; BARROS, 2018, n.p).
Outra modificação na prática da medicina oriental se refere aos nomes dos ressonadores. Para que o ensino sobre eles fique mais didático e simples, eles têm sido substituídos por números arbitrários na sequência dos canais, por exemplo: 足三里 Zú Sān Lǐ (Divina Indiferença Terrestre) foi nomeado 36E (estômago). Esse ressonador, conforme indica o nome e a escrita ideogramática, tem a função de tranquilizar a mente e fortalecer a Terra. Substituir os ideogramas e nomes por números tira um elemento muito importante da tradição, pois eles indicam a função fisiológica que um determinado ressonador tem na totalidade do organismo. O Imperador Vermelho, Shen Nong, atribuiu esses nomes aos ressonadores com o intuito de indicar para as gerações posteriores a função de cada um. “Eles não são somente nomes poéticos – ainda que também o sejam. Por isso, os nomes dos ressonadores devem ser estudados, indagados, compreendidos, bem traduzidos e analisados para que o tratamento ofereça ao paciente aquilo que ele necessita” (CORRAL, 2005, p. 436).
Em 1986, a Declaração de Veneza – comunicado final do colóquio A ciência diante das fronteiras do conhecimento – voltou os olhares para a existência de outras fontes e formas de saber. A partir de então, a ciência e a tradição passaram a ser vistas não como contraditórias, mas complementares (ROCHA et al., 2015, n.p). A hibridização entre os saberes médicos oriental e ocidental poderia ser exemplo de uma união positiva. Porém, segundo Bhabha (apud CONTATORE; TESSER; BARROS, 2018, n.p), a recusa à assimilação da cultura por parte do colonizador incidiu em atos violentos e em processos de adoção de preceitos que favorecem a perda de identidade cultural do colonizado, e, por se tratar de práticas médicas, isso reflete na saúde das pessoas. Mas mesmo que tenham ocorrido ganhos mútuos, não houve um compartilhamento equilibrado de conhecimentos entre as partes, mas, sim, a assimilação do que era conveniente e aceitável do tradicional, adaptado ao moderno.
Essa crítica em relação à medicina oriental tradicional e a medicina chinesa atual atravessada pelos conhecimentos e práticas ocidentais são bem retratados no dorama "Honra teu nome". A série conta a história de Heo Im, um médico do século XVII, e Choi Yeon-Kyung, uma cirurgiã que acredita na medicina moderna do século XXI. Os dois protagonistas conseguem ir ficcionalmente para o futuro e para o passado, e essa viagem no tempo nos permite constatar as modificações ocorridas nas consultas médicas em função desse encontro.
O crescimento da influência da medicina ocidental sobre a oriental resultou no modelo utilizado nas investigações científicas que visam validar a eficácia desses conhecimentos e criar uma falsa ideia de integração. O processo de colonização ocidental em relação aos saberes da tradição permanece em razão da imposição do seu modo de produzir evidências, o que causa uma relação de subalternidade a qualquer conhecimento que não seja produzido pelo método científico ocidental considerado válido. Essa imposição produz um discurso que afirma a superioridade científica em relação às sabedorias ancestrais de outras culturas fora do eixo eurocêntrico e norte-americano cientificista (FANON apud ROCHA et. al., 2008, n.p).
Algo semelhante acontece no Brasil com os povos originários e suas medicinas sagradas. A chegada dos europeus foi marcada pela exploração da terra e matança dos indígenas, chegando à extinção total de muitas culturas, línguas e etnias. Os lugares de cerimônias foram substituídos por igrejas, as línguas maternas foram proibidas, os indígenas foram batizados com nomes cristãos e toda essa cultura foi demonizada e proibida em nome de “Deus”, do “progresso” e da assimilação da vida “civilizada” (TUKANO, 2022, n.p).
Até hoje, esses povos vivem em luta constante para sobreviver e manter seus territórios, enfrentando dificuldades na relação com as políticas públicas. Ao mesmo tempo, existe grande interesse de não indígenas nas suas medicinas, mas esse conhecimento também está intimamente ligado ao patrimônio científico, cultural e genético desses povos.
Uma das medicinas sagradas dos povos originários que ficou popular entre os não indígenas (brancos e economicamente privilegiados) é a ayahuasca, também conhecida como jagube, mariri, yagé, caapi, uni, nixi pae, santo daime, oaska, entre outros. Trata-se da combinação de duas plantas que são originárias da bacia amazônica e se estendem pelo Equador, Bolívia, Colômbia, Panamá, Peru, Venezuela e por várias regiões do Brasil.
Segundo Daiara Tukano, o interesse do ocidente pela ayahuasca foi recebido por alguns povos como uma oportunidade de tecer alianças para o fortalecimento político e cultural. Porém, diante do processo de globalização, existem muitas discussões em torno da ayahuasca por acadêmicos, cientistas e religiosos que analisam processos relacionados à expansão, legalização, mercantilização, medicalização, sincretização e sintetização da medicina. Esses assuntos dizem respeito aos povos indígenas, mas estão sendo tratados sem o conhecimento e o reconhecimento deles. A ativista indígena e artista Daiara Tukano questiona como fica a representação e autonomia dos povos indígenas em relação à ayahuasca e demais medicinas diante do contexto da globalização (TUKANO, 2021, n.p).
O artigo “Ethical Principles of Traditional Indigenous Medicine to Guide Western Psychedelic Research and Practice” (Princípios éticos da medicina indígena tradicional para orientar a pesquisa e a prática psicodélica ocidental), organizado entre 2021 e 2022 por diversos líderes indígenas, propõem oito princípios éticos (oito “Rs”) para as pesquisas com enteógenos:[4] Reverência, Respeito, Responsabilidade, Relevância, Regulação, Reparação, Restauração e Reconciliação[5]. Esses princípios éticos também consideram a remuneração dos povos indígenas com o lucro gerado pelas pesquisas e venda das suas medicinas (CELIDWEN et al., 2022, n.p).
Assim como ocorreu na China, “A dificuldade de compreensão e diálogo entre esses dois conhecimentos muitas vezes é marcada pelo inegável racismo estrutural presente na cultura colonial ocidental que tende a inferiorizar, mistificar, superficializar e desumanizar tudo o que não é de referência europeia” (TUKANO, 2021, n.p).
Podemos ver novamente outra forma de apropriação das sabedorias ancestrais pelos europeus na constelação familiar. Atualmente, é cada vez mais popular esse processo terapêutico, pois tem ajudado muitas pessoas a compreender e a sanar enfermidades que estão no campo morfogenético. Aqueles que aplicam esse método atribuem ao alemão Bert Hellinger esse conhecimento, quando, na realidade, ele tem origem na África. O próprio Bert se refere de forma vaga, diminuta e generalizante sobre a identidade de quem o ensinou e o local onde aprendeu os princípios básicos da constelação familiar. Ele nunca foi preciso com as informações sobre o tempo que passou no continente africano, onde morou por 16 anos como padre missionário (MEYBURG, 2020, n.p; SILVA, C., 2021, n.p).
A busca por entender as origens históricas da constelação familiar levou a pesquisadora Tanja Meyburgh à África do Sul, nas terras Kwazulu-Natal. Ela foi recebida no local por um jovem padre negro que contou a ela sobre a chegada de monges trapistas, em 1800. Eles alertavam os habitantes locais para ficarem longe de suas próprias crenças tradicionais em favor da igreja (MEYBURGH, 2020, n.p).
Hellinger chegou à África do Sul em 1950 e, por ser fluente em zulu, fazia todas as traduções de textos da liturgia e também era diretor de uma escola local. Ele era considerado por todos ali como alguém especial, mas muito “intolerante com ideias antiquadas, que causavam algumas dificuldades dentro da hierarquia” (MEYBURGH, 2020, n.p, tradução minha)[6]. A pesquisadora entrevistou uma pessoa local que considera que as fontes do conhecimento por trás do desenvolvimento das constelações familiares não estão sendo adequadamente reconhecidas, pois elas partem das constelações zulu: “Eu acho que há um elemento de propriedade intelectual que é ignorado ou não levado em consideração” (MEYBURGH, 2020, n.p, tradução minha)[7].
Os princípios milenares do povo Zulu são transmitidos através das Sangomas, que são as médicas/sacerdotisas/professoras, por meio da iniciação e das consultas. Elas são responsáveis por guardar a memória política, espiritual e histórica da comunidade. Esta é a fonte principal da Constelação Zulu que é um método terapêutico aplicado por David Almeida a partir da relação com esta etnia[8].
Um dos principais fundamentos deste conhecimento ancestral se refere a honrar os antepassados. Mas, por que o próprio Bert Hellinger e os consteladores que trabalham com isso atualmente tentam apagar essa origem? A pesquisadora Tanja Meyburgh afirma que, ao juntar os conhecimentos da constelação familiar e da cultura africana, seus atendimentos foram aprofundados e enriquecidos, pois sentiu que se conectava com os seus ancestrais.
Sabemos que ao longo da história isso também aconteceu com as mulheres erveiras, raizeiras, benzedeiras e curandeiras, que foram difamadas e jogadas na fogueira, para logo serem substituídas por homens brancos médicos e pela indústria farmacêutica. É muito importante o reconhecimento, por parte dos colonizadores, de que nossos ancestrais são vitais para os processos de vida na Terra. Conforme nos recorda Daiara Tukano (2022, n.p), “Nenhuma ciência, cultura ou religião é superior, nem inferior e que a cura ao esquecimento de si está em honrar a memória ancestral viva para aprender a ser juntos sem impedir o outro de ser ele mesmo”.
As práticas ancestrais da medicina chinesa não foram totalmente descartadas e banidas, mas continuaram existindo em suas múltiplas formas de cuidado. O pensamento clássico chinês em sua sabedoria estabelece as ligações entre o passado e o presente, pois tem em si um sentimento íntimo da unidade do mundo. Segundo Chucrallan (1984, n.p), “assim como o movimento do Tao, esse processo histórico colonial também chamou a atenção do mundo para a medicina tradicional oriental, que antes disso só era conhecida na China. Isso possibilitou a sua expansão para outros países, estabelecendo diálogos com outras culturas e saberes, para futuramente, retornar ao oriente com mais sabedoria”. O mesmo aconteceu com as medicinas sagradas da floresta e com a constelação zulu, que, ao compartilharem esses conhecimentos, também foram enriquecidas pela troca.
Quando a medicina oriental e a ocidental entram em diálogo, os resultados são melhores, pois se estabelece uma relação de saúde intercultural baseada no respeito mútuo. Mas o que temos visto, é que o colonizador tende distorcer e a apagar a origem dos conhecimentos que adquiriu para se sobrepor a eles. Esse processo enferma tanto um lado, por se sentir roubado, traído e abusado, quanto o outro, pela ganância, avareza, ânsia de controle e poder.
Encontro da arte contemporânea com a medicina tradicional oriental
O termo “medicina” está associado aos conhecimentos da tradição chinesa, mas não é essa ideia de medicina que temos na cultura ocidental, que atua diretamente no corpo físico, cuidando de pessoas que já estão enfermas. O que conhecemos por medicina na tradição oriental são procedimentos preventivos que equilibram o corpo energético para o físico não ser atingido. (CORRAL, 2006, p. 13)
Talvez a característica mais marcante da medicina tradicional oriental seja a prevenção com ênfase na relação entre autoconhecimento e saúde, especialmente pelo compartilhamento do saber. Mas a prevenção não é algo imposto por um médico autoritário ao paciente; o cuidado é construído pela aprendizagem mútua de caminhos singularizados e ao longo de toda vida. O artista, curandeiro, terapeuta ou médico deve proporcionar ao outro o conhecimento necessário para o desenvolvimento do seu autocuidado diário, e isso só é possível através do acolhimento da subjetividade e do contexto social no qual o paciente está inserido.
Por isso, as práticas de cuidado ensinadas pela medicina tradicional oriental não se resumem à aplicação técnica padronizada, e é justamente aí que podemos abrir espaço para estar em diálogo com diversas linguagens artísticas para oferecer ferramentas e histórias que resgatam os ensinamentos da tradição oriental clássica e subverter a lógica institucional do sistema de saúde ocidental, que tenta restringir a atuação dos profissionais com a medicina chinesa sem terem passado por uma formação ocidental na área da saúde.
As práticas artísticas colocam o foco na expressão autêntica dos indivíduos, tanto como forma preventiva, como também nas possibilidades de cuidado e sanação ao tirar a atenção da doença e colocá-la nos processos que valorizam a vida, a autenticidade e o bem-estar para despertar as potencialidades de cada um para que possa enfrentar adversidades com vitalidade, confiança e autenticidade.
John Dewey parte do pressuposto de que a arte, alojada em um pedestal e distante da vida comum, é desinteressante como experiência estética efetiva. O autor de Arte como experiência, de 1934, afirma que, em geral, os sentidos são usados mecanicamente e intelectualmente na relação com a obra. Dewey ressalta que a arte é partícipe da vida e dos modos de percepção na atualidade, pois propiciam a busca do prazer e o exercício da sensibilidade. A obra é “de arte” quando ela participa do “espírito”, ou o “em-si e para-si”, não quando é um objeto de consideração científica ou econômica. Portanto, deve-se buscar a compreensão a partir de um “desvio”, dirigindo-se diretamente à experiência.
Os conhecimentos da medicina tradicional oriental transmitidos através das experiências artísticas são transformadoras, pois favorecem estados de serenidade e introspecção e, portanto, meditativos. Esses estados são fundamentais para recuperar a vitalidade e desenvolver a consciência corporal, pois isso não se dá somente pelo aprendizado teórico, mas, também, por meio de atividades que auxiliam no entendimento dos processos de autocura. Essas práticas artísticas abrem espaço para a fala de cada um e também para a escuta, inclusive de si mesmo, resgatando a dignidade e o respeito para aqueles que são ouvidos, a fim de que possam viver cada encontro como um acontecimento único.
A arte tem a capacidade de promover a sociabilização, a reflexão, o desenvolvimento de novas habilidades e a integração com as demais gerações. Além disso, pode despertar o potencial interior de cada um em qualquer idade ou fase da vida. A possibilidade de superar os medos pessoais, de curar as doenças, de se abrir para demonstrar de afeto, na liberdade de expressão de ideias, tem como consequências a aprendizagem para lidar melhor com conflitos e com os processos de cura.
Referências bibliográficas
ALMEIDA, D. W. S. Constelação Zulu: na origem a fonte nunca seca. https://www.constelacaozulu.com.br/. Acesso: jan. 2025.
CELIDWEN, Yuria et al. Ethical Principles of Traditional Indigenous Medicine to Guide Western Psychedelic Research and Practice. The Lancet Regional Health America, 16 dez. 2022. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lanam/article/PIIS2667-193X(22)00227-7/fulltext. Acesso em: 21 jan. 2023
CHUCRALLAN, Ricardo. Acupuntura e moxabustão na China atual. XVII Congreso Internacional Asociación Hispanoamericana de Acupuntura Beijing 84, 1984.
CONTATORE, Octávio Augusto; TESSER, Charles Dalcanale; BARROS, Nelson Filice de. Medicina chinesa/acupuntura: apontamentos históricos sobre a colonização de um saber. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 25(3), jul.-set. 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/hcsm/a/qWZM6yqK9cp46znJR9LXPVp/?lang=pt. Acesso: 10 jan. 2022.
CORRAL, José Luis Padilla. Arte de Sanar, Escola Neijing Brasil, n. 4, p. 21, dez. 1998.
CORRAL, José Luis Padilla. Sistema de regulación energética en la medicina tradicional china. Bogotá: Editorial Universidad Nacional da Colombia, 2005.
CORRAL, José Luis Padilla. Fundamentos da medicina oriental. São Paulo: Roca, 2006.
ROCHA, Sabrina Pereira; BENEDETTO, Maria Auxiliadora Craice; FERNANDEZ, Fabíola Holanda Barbosa; GALLIAN, Dante Marcello Claramonte. A trajetória da introdução e regulamentação da acupuntura no Brasil: memórias de desafios e lutas. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 1, p. 155-164, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/TwPGctbgFcc3FQM46dq6chd/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 28 nov. 2022.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: Editora da Universidade Federal da Bahia, 2008.
HONRA teu nome. Criação: . Hong Jong-Chan. Coreia do Sul. Série (16 episódios – 960 min), 2017. Disponível em: https://www.netflix.com/title/81167137. Acesso em: ago 2022.
MEYBURGH, Tanja. Bert Hellinger in South Africa: A-Story of the Zulu Origins of Family Constellations. Tanja Meyburgh (site). 28 abr. 2020. Disponível em: http://www.tanjameyburgh.co.za/post/bert-hellinger-in-south-africa. Acesso em: 28 nov. 2022.
TUKANO, Daiara. Ayahuasca e os desafios dos conhecimentos indígenas diante da globalização. Daidara Tukano (site), Ourilândia, Pará, 27 maio 2021. Disponível em: https://www.daiaratukano.com/post/ayahuasca-e-os-desafios-dos-conhecimentos-ind%C3%ADgenas-diante-da-globaliza%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 28 nov. 2022.
TUKANO, Daidara. Uma medicina patrimônio de 160 povos indígenas: as origens da ayahuasca antes da globalização. Daiara Tukano (site), Ourilândia, Pará, 27 mar. 2022. Disponível em: https://www.daiaratukano.com/post/uma-medicina-ind%C3%ADgena-as-origens-da-ayahuasca-antes-da-globaliza%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 28 nov. 2022.
[1]Mestre em artes visuais (FASM) e bacharel em artes plásticas (FAAP). Também cursou psicologia analítica (Junguiana), medicina tradicional chinesa e respiração consciente. Foi docente em universidades (FAAP, UniSantanna, FMU e Senac), em cursos técnicos, graduação e pós-graduação. Realizou oficinas, palestras e workshops em instituições culturais especialmente para o público idoso. Participou de exposições, premiações e residências artísticas, nacionais e internacionais. Email: agassidenise@gmail.com
[2] ou meridianos, na medicina chinesa.
[3] São determinados locais no corpo que concentram energia e têm uma função específica. Em algumas traduções, são chamados de acupontos ou pontos de acupuntura.
[4] Traduzi o termo “psychedelics” por “enteógenos”, e não “alucinógenos”, pois ele significa, literalmente, manifestação interior do divino. Esse termo também foi proposto como uma forma respeitosa de nomear essas substâncias sem tachar pejorativamente as medicinas sagradas.
[5] Do original: “(1) Reverence, (2) Respect, (3) Responsibility, (4) Relevance, (5) Regulation, (6) Reparation, (7) Restoration, and (8) Reconciliation”.
[6] Do original: “intolerant of old-fashioned ideas, which caused some difficulties within the hierarchy”.
[7] Do original: “I would think that there is an element of intellectual property that is ignored or not taken into account thus shielding the role African spiritualism might have impacted on this development”.
[8] https://www.constelacaozulu.com.br/meu-trabalho. Acesso: jan. 2025.